Comecei estes textos com algo partido.
Olho agora a cola e seu processo de cura.
Sem uma cura a cola não une as partes.
Tornar inteiro é sanar, tornar são, curar, colar.
As vezes corremos feito loucos.
Feito loucos não percebemos essa correria.
Como algo fluido integra as partes?
É uma troca, uma difusão permitida.
Um passo para cá e outro para lá.
Uma dança.
Então aos poucos os corpos podem girar.
De repente não se pode distinguir o que é meu lado e o que é o seu.
A cola é algo mágico.
As partes podem ser muito estranhas uma a outra.
Que magia a cola, a cura!
Uma terceira natureza preenchendo a fratura,
como uma vida outra com vontade própria.
Se a cola não cura, ela não cola.
Qual o tempo de uma estrela,
o tempo para que seus raios invisíveis impulsionem minha sanidade?
Como uma planta que precisa de sol,
você precisa dessa estrela agindo sobre a cola.
Pode ser um segundo.
Só você sabe o tempo.
A estrela pode estar perto, longe.
Muito perto queima.
Muito longe não esquenta.
Só você sabe a exata distância.
O que eu sei é que a cola invoca sua própria estrela.
A santidade invoca santidade.
As vezes basta parar um pouco,
desistir da correria e contemplar essa maravilha se realizando...
Deixar essas parte se unirem é também confiar nessa luminosidade.
Eu vi isso em seus olhos.
Confie na cola.
Confie na cura.
Confie na luz.
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